Quem é?

Biografia

Maria das Dores Santos, a nossa Vó Maria, nasceu em Mendes, interior do Rio de Janeiro, em 5 de maio de 1911. 

Linha do tempo

anos 10

1911 Ano do nascimento da Vó Maria, em Mendes

Maria das Dores Santos, a nossa Vó Maria, nasceu no dia 5 de maio de 1911, no Município de Mendes, estado do Rio de Janeiro.  Filha de Sebastião Rosa dos Santos e Jandyra dos Santos, Vó Maria orgulhava-se muito de sua família de onze irmãos: Carolina, Manuel, Guiomar, Noemia, Vicentina, Julia, Ilda, José Rosa, Benedito, Olivia e Julio; bem como de sua cidade Natal. Quando se referia à sua cidade de origem, gabava-se em dizer que Mendes tinha um clima maravilhoso — o município é considerado o 4º Melhor Clima do Mundo.

anos 20

1922 Vó Maria vem para o Rio de Janeiro

Vó Maria veio para o Rio de Janeiro, em 1922. E a sua vinda para a Cidade Maravilhosa tem uma história curiosa. Ela ajudava ao seu pai entregar, diariamente, ovos, grãos e verduras, colhidos de sua casa, no Hotel onde hospedavam-se, com frequência, o casal Ubirajara e Dinah Ramos. Encantados com a menina Maria, pediram aos seus pais para trazê-la para o Rio de Janeiro. Sebastião Rosa dos Santos relutou, mas, finalmente, aquiesceu, na condição de que ela viesse apenas para brincar com os filhos do casal: Cliu e Helius. Em 1922, Vó Maria, então, veio para o Rio de Janeiro e passou a morar com a família Ramos, na Rua Grajaú, no bairro do mesmo nome, na Zona Norte da cidade, sem perder o vínculo com seus pais e irmãos.

anos 30

1932 Casamento com Maciel Francisco dos Santos

Vó Maria casa-se com Maciel Francisco dos Santos, em 1932, e passa a morar na Rua São Miguel na Tijuca, Zona Norte do Rio.

1933 Nascimento da filha única Nilza, na Rua São Miguel

Vó Maria tornou-se mãe de sua primeira e inesquecível filha, Nilza dos Santos Oliveira, em 19 de março de 1933. Quis a vida que Vó Maria engravidasse, novamente, de um menino que faleceu imediatamente após o parto, por conta do trauma ocasionado com a morte prematura e acidental de seu esposo Maciel. Esse fato tornou a relação de Vó Maria com sua filha Cachucha (como Nilza era chamada carinhosamente pela mãe) ainda mais forte, amorosa e de uma cumplicidade emocionante.

anos 40 e 50

Novas conquistas

Na sua casa na Rua Costa Pereira, atual Av. Maracanã, na Tijuca, Zona Norte do Rio, Vó Maria participou de encontros de lideranças do Movimento Negro, dos quais faziam parte o seu segundo marido, o jornalista João Conceição, juntamente com membros da família Arruda, Abdias Nascimento, Guerreiro Ramos, Donga, Haroldo Costa, dentre outros.

Nesse período, Vó Maria passou a trabalhar como tarefeira, contra a vontade do marido, na Fábrica de Rendas da Rua Garibaldi, na Tijuca, de onde se aposentou. 

anos 60

O reencontro com Donga

Vó Maria considerava Lygia Santos “filha de coração”, e que deu a ela a neta Marcia Zaira e o bisneto Felippe. A filha de Donga era a melhor amiga de sua filha Nilza, desde os 11 anos de idade, no Colégio Guanabara. Desde então consideravam-se irmãs. Um dia, Lygia convidou Vó Maria para fazer uma visita a Donga, que, à época, encontrava-se viúvo pela segunda vez. Esse reencontro resultou numa relação afetiva e festiva de 15 anos até o falecimento do compositor.

anos 80

Barraca de Comidas Baianas na FeirArte

Vó Maria descobre que o Centro Cultural Calouste Gulbenkian (RJ) está selecionando expositores para FeirArte, que seria instalada, provisoriamente, na Praça Varnhagem, em frente à sua casa. Inscreveu-se para participar da seleção, e escolheu cozinhar todo tipo de comida baiana. O teste foi realizado na presença dos jurados, e Vó Maria foi aprovada com louvor. Montou a sua barraca, que passou a ser uma das mais procuradas da FeirArte, aos sábados de manhã.

anos 90

Viagens

Vó Maria foi uma das associadas mais ativas do antigo Clube da Maior Idade, com participações ativas em seus bailes inesquecíveis no Canecão. Por meio do clube, teve a felicidade de fazer viagens maravilhosas, para cidades como Águas de Lindóia, Nova Iorque, Washington, Nova Orleãs, Miami e Orlando. Visitou também as Bahamas, por ocasião das comemorações dos seus 80 anos.

anos 2000

2003 Gravação do CD “Maxixe não é samba” e Honrarias

2003 – Um ano maravilhoso para a nossa Vó Maria, porque marca uma das maiores façanhas da sua vida. Aos 92, ela reuniu um time de bambas do samba carioca e lançou o CD “Maxixe não é samba”.

2011 Centenário

Honrarias

Uma mulher centenária com as características da Vó Maria reunia muitos valores que a definiam como uma personalidade carismática, querida e respeitada em todos os ambientes em que circulou em seus 104 anos de vida.

Seja como matriarca da família, ou quando decidiu se dedicar à experiência artística ao gravar o CD “Maxixe não é samba” (2003), Vó Maria recebeu muitas homenagens. Algumas delas de grande valor para a memória da cultura brasileira, como a Medalha da Ordem do Mérito Cultural, na classe de Comendadora,  das mãos do então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em 9 de novembro de 2004. 

Homenagens

Sacrilégio – Homenagem Dia Internacional da Mulher pelo Clube do Samba
08/03/2005

Vó Maria foi homenageada no enredo “Velha é a vovozinha”
Grêmio Recreativo Escola de Samba São Clemente – Carnaval de 2005 

Aniversário de 66 anos de emancipação do município de Mendes
Desfile Cívico
Afixada foto da Vó Maria no Centro de Convivência do Idoso Vó Maria – 2011

Vó Maria foi “Madrinha” do Projeto Cidade Amiga da Terceira Idade
Senado Federal – Senador Sergio Cabral Filho – 2005

Vó Maria foi enredo no seu centenário
Bloco Carnavalesco Clube do Samba – 08/03/2011

Concurso de Samba de Quadra
Circo Voador – Janeiro de 2013

Homenagem póstuma da Prefeitura do Rio de Janeiro, na gestão do então Prefeito Eduardo Paes
Sede da Prefeitura, em Madureira, Zona Norte da cidade – 23 de maio de 2015

Comendas

Medalha de Mérito da Mulher
Governo do Estado do Rio – Governadora Rosinha Garotinho

Medalha Pedro Ernesto
Vereador Edson Santos

Medalha da Ordem do Mérito Cultural
Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e Ministro da Cultura Gilberto Gil

Diplomas

Medalha Pedro Ernesto
Câmara Municipal do Rio de Janeiro – Vereador Edson Santos

Medalha da Ordem do Mérito Cultural
Presidência da República – Ministério da Cultura

Troféus

Projeto Wilson Moreira
Homenagem às Mulheres Guerreiras – 23/03/2003

Lançamento CD “Maxixe não é samba”
Governadora Rosinha Garotinho – 22/09/2003

Destaque de 2003
Programa Dorina Samba

Comemoração à Lei do Ventre Livre
Homenagem da Deputada Estadual Jurema Batista – 30/10/2003

Símbolo de Sabedoria da Mulher Brasileira 
Clube do Samba – 08/03/2005

Bloco das Carmelitas – 2008

Assídua Foliã por 30 anos
Clube do Samba – 14/02/2009

Troféu Dandara
Renascença Clube – 20/11/2010

Homenagem aos seus 100 anos
Instituto Palmares e Estimativa – 2011

Homenagem às Mulheres Herdeiras de Zumbi
Renascença Clube 2011

Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe
Centro Cultural José Bonifácio – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro – 25 de Junho

Homenagem Troféu Donga – 8º Prêmio Plumas e Paetês – 2012
Cidade do Samba – 12/05/2012

Homenagem 11 Notáveis Brasileiros
Associação Comercial do Rio de Janeiro – 2014

Prêmio Divas – IV MIMUNEGRA 2014 
Teatro Dulcina – 26/12/2014

Placas

Noventa Anos da Vó Maria
Bloco Carnavalesco Clube do Samba – 05/05/2001

Projeto Flores em Vida
Município de Mendes – 09/05/2004

Bloco Voltar Pra Que
2004

Centro de Convivência do Idoso Vó Maria
Município de Mendes – 16/07/2004

Assessoria de Assuntos Afro-Brasileiros
Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro – Maio/2004

Universidade da Terceira Idade
UnATI – 03/05/2004

Confraria do Bloco Carnavalesco Pega Pra Sambar
07/04/2006

100 Anos de Folia
Bloco Carnavalesco Clube do Samba – 19/02/2011

Centro de Convivência do Idoso Vó Maria
Município de Mendes – 2011

Mulheres que Fazem
Renascença Clube – 15/05/2011